anuncia com seu canto profético
que o dia nasceu
Eu me aqueço quando o sol desponta
da janela do meu quintal
e me convida a iluminar a vida
Eu floresço quando, no meu jardim,
um botão, faminto de se tornar flor,
me inspira a crer no que há de vir
Eu arvoresço quando
um ipê na estrada me convida
a pausar a caminhada
à sombra do seu amor que dá cor
ao meu caminho
Eu trovejo e relampejo diante
da imbecilidade de quem não se deixa
amanhecer, florescer e arvorescer
ante a beleza que a vida nos presenteia
Triste de quem, tendo olhos sãos,
Recusa-se a aprender a olhar
Fazendo-se prisioneiro
da própria ignorância,
Ignorante, conjugará o verbo amanhecer,
sem, contudo, desbravar o dia
Gilmara Belmon