Cuida do jardim das suas memórias
Suas flores lhe ajudarão a não esquecer
Quem você foi
O que você semeou
Como regou
O que colheu
O que ofertou
O que você recebeu
O que fez com a colheita e com a oferta
Tudo isso lhe ajudará a responder
Quem é você
Ama o jardim das suas memórias
Lembra de retirar o que não foi belo
Mas lembra: o que não floresceu e o que
morreu
Fizeram você refletir e mudar algumas
vezes
Visita e revisita o jardim das suas
memórias
Para que não se esqueça daquele sonho
Que parecia impossível,
Mas que hoje se tornou realidade
Para não se esquecer de quem lhe amou de
verdade
E permanece contigo até então
Pisa o chão do jardim das suas memórias
Mas saiba que poderá chorar
Sentir raiva ou dor,
Medo e angústia,
Contudo, valerá a pena
Pois verá também
Que o choro em vários momentos
Se transformou em sorriso
O medo se revestiu de coragem
A dor foi embora e cedeu lugar ao gozo
A angústia deu lugar à paz
Vai, não abandone o jardim das suas
memórias,
Se o fizer, deixará de ver tantas flores
novas, belas
Deixará de reviver e se refazer nos
interditos da vida
Senta, demora, ama, revive, rega,
Contempla o jardim das suas memórias
Você verá que ao longo da sua história
Algumas coisas lhe faltaram
Mas verá que a esperança nunca lhe
faltou
E o amor sempre fora teu companheiro
No seu jardim Deus sempre foi, por excelência, o jardineiro.
Gilmara Belmon