segunda-feira, 19 de agosto de 2019

MEUS VERSOS, MEUS LEITORES


Meus versos têm cor, cheiro, sabor,
Peso, forma, tamanho, corpo e alma.
Por vezes têm nome e sobrenome,
Eles têm voz, asas, lágrimas e sorrisos.
Meus versos não são imparciais,
Não ficam em cima do muro,
Mesmo quando escondem,
Mesmo quando não dizem nas linhas.
Tenho versos carregados de indignação,
Outros expressam a leveza do coração.
Escrevo versos vazios pela tristeza,
Outros transbordantes de alegria
Tenho versos amargos
E versos igualmente doces
Versos raivosos e versos amorosos,
Versos escritos com sangue
E versos bordados com lágrimas.
Meus versos têm os nomes daqueles
Que os saboreiam, devoram,
Degustam, ruminam, compartilham
Nos meus versos cabem
Tantos quantos forem capazes de amá-los,
De guardá-los, 
De se deixarem seduzir por eles.
Meus versos traduzem coragem e temor
São guardiões de segredos e respostas
São prisioneiros do que escondem
E são livres pelo que revelam
Eles choram e gritam
Silenciam e gemem
Meus versos pertencem aos meus leitores


Gilmara Belmon


No dia 16 de agosto meu Blog Colcha de Retalhos completou 2 anos de  existência.
Não imaginei que um dia me descobriria poetisa. Não imaginei que o meu Blog alcançaria tantos leitores. 
A minha gratidão a todos que se deixam tocar pela minha poesia. Dedico a vocês estes versos.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

SAUDADE


Não me agrada a despedida,
Porém amo a saudade,
Ela é a magia de tornar presente
Quem partiu

Sabemos que a pessoa amada
Está ausente,
Mas misteriosamente
Experimentamos a sua presença

A saudade não  é uma dor
de uma ferida
A saudade é  uma dor encantada
Bordada pelo entrelaçamento
Dos fios  do amor e da esperança
Das lágrimas que restam
Da querela entre a partida e o regresso

Quando o regresso acontece na tardança
Ou quando sabemos que ele não acontecerá
A saudade se espalha em nosso ser
Toma conta do corpo e da alma
E mantém o amor possível

Pela saudade,
Amamos a quem perdemos
A quem não temos
A quem não vemos
A quem partiu

Pela saudade,
Tocamos  o intocável
Vemos o invisível
Ouvimos o inaudível
E como não suportarmos
As ausências,
A magia  da presença assim  se faz.

Gilmara Belmon

ESCREVER E OFERTAR

Trago dentro de mim uma sede de justiça, É por isso que, paradoxalmente, Meu ser transborda de esperança. A indignação me acompanha t...