domingo, 26 de novembro de 2017

EU TE VI

Hoje eu te vi
E tu nem aqui estavas,
É verdade!
Mas eu te vi!
Insisto, eu te vi!
Eu senti a tua presença
Naquela lindeza de arte
A céu aberto.
Ah, eu te senti por perto!
Eu te vi na simplicidade
E na delicadeza daquela ponte
Que silenciosamente
Liga as margens do rio
Eu te senti na exuberante
Beleza da arte divina
E na subjetividade
Da arte humana.
Tu não estavas aqui,
Porém, em estado de encantamento,
A minha lembrança te trouxe
Para perto de mim
E com o teu sorriso
Deixaste escapar
Que embora teu corpo
Não estivesse aqui
A tua alma desejou estar.

Gilmara Belmon

O CÉU E O MAR



O CÉU E O MAR

Conta-se que o mar amava o céu
E o céu amava o mar
O amor era tão forte
Que os dois vivam a se contemplar

Era por isso que o céu pensava
Que era o seu azul
Que pintava o azul do mar
Mas que amor é esse
Que fazia o céu achar
Que era a sua beleza
Que embelezava o mar?

Um dia, por insegurança,
O céu ao mar indagou:
- Por que quando eu fico nublado
Você não muda de cor?

Decepcionado com o céu,
O mar retrucou:
-Por que haveria de mudar?
Quem disse que o meu ser
Caberia  a você pintar?

O céu logo se entristeceu
Com a autonomia do mar
Nublado estava, nublado ficou
Até o mar mudar de cor

Azul o mar estava, azul o mar ficou
E o céu, o mar não mais contemplou
Até que o tempo foi passando
E a saudade foi aumentando
O desejo do mar se entranhar com o céu
E o desejo do céu se entranhar com o mar

Foi então que parte do mar se evaporou
Para ao céu alcançar
O céu ficou tão encantado
Que ordenou às nuvens
Que derramassem pingos de chuva
Para ele encantar o mar

E assim, mesmo o mar estando aqui
E o céu estando acolá
A distância  entre eles
Não os impedia de se amar

Foi esse amor com toda a sua grandeza
Que fez o céu entender
Que a beleza do mar não dependia da sua beleza
O céu também compreendeu
Que para corresponder-lhe o amor
O mar não precisava ficar da sua cor.

Gilmara Belmon

ESCREVER E OFERTAR

Trago dentro de mim uma sede de justiça, É por isso que, paradoxalmente, Meu ser transborda de esperança. A indignação me acompanha t...