O botão anuncia que a flor nascerá
E esse anúncio me fala de Deus.
Não creio que seja possível viver sem esperançar.
Estes tempos cruéis
Que assuntam os bons
E alegram os maus
Não constituem o ponto de chegada
da nossa travessia.
Eu caminho na contramão
do mal que vejo,
Que me indigna e me revolta,
Porém não tem nenhum poder sobre mim.
E como te vejo caminhar
Também na contramão,
Eu te dou a minha mão.
Assim, haveremos de encontrar tantos outros
Seguindo a canção da esperança,
Seguiremos todos de mãos dadas
Cantando o esperançar em uníssono.
Será tão belo e tão forte
Que os ruídos dos maus se calarão
E quando isto se fizer realidade,
Iremos nos questionar
Como se sucederam tais coisas,
Reconheceremos então,
Que Cristo caminhava o tempo todo conosco
De mãos dadas na contramão.
Em cada pessoa esfomeada de justiça
E sedenta de paz,
Deus, humano se faz.
Gilmara Belmon