Neste Blog você encontrará textos literários de minha autoria e de outros autores. Nele irei compartilhar também minhas experiências de leitura.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
A AMIZADE LIBERTA
A amizade nos con-sola,
Porque dá certeza de que não estamos
Sozinhos no caminho
E porque não nos deixa faltar chão para caminhar
A amizade nos aconchega
Quando olhamos ao redor
E tudo nos falta,
Pois na ausência,
O amor da amizade se faz presença
E nos abraça seja com os ouvidos ,
Com uma palavra amiga,
Com oração ou com poesia
A amizade nos liberta
Liberta dos medos,
Da falta de esperança
E nos encoraja a voar
Um amigo nunca nos cortará as asas
Se não as enxergarmos, ele nos apresenta
E ainda que nos faltem as asas
Ele nos empresta as suas,
Porque a felicidade do amigo pássaro
É ver seu amigo em pleno voo
Gilmara Belmon
sábado, 14 de julho de 2018
O GERÚNDIO DO VERBO AMAR
A semente amando a terra
A terra amando a chuva
A chuva amando a semeadura
As mãos amando semear
A borboleta amando a flor
O vento amando as folhas
O arco-íris amando a luz
O rio amando o mar
O sol amando o dia
As estrelas amando a noite
A lua amando o orvalho
O orvalho amando o luar
Os ouvidos amando o silêncio
A boca amando a palavra
Os pés amando o chão
As asas amando voar
A vida amando o tempo
A saudade amando as memórias
A beleza amando o poema
A alma amando sonhar
O divino amando o humano
Com ele amando habitar
Tudo o que vem de Deus
Traz em si dom de amar
Gilmara Belmon
Fotos: George Roberto
terça-feira, 10 de julho de 2018
AS DORES DA FLOR
Doem as pétalas
Doem as folhas
Dói o talo
Cansei desta singeleza
que, por um instante,
me fez parecer tola
O tolo quis minha beleza de flor,
E não se contentando em me admirar
Quis arrancar-me da terra
Quis arrancar-me de mim
E eu que sou singela,
mas não sou tola,
Entre ele e eu,
Escolhi a mim
Doem as pétalas
Doem as folhas
Dói o talo
Mas nada se compara à dor
de não pertencer a mim
Gilmara Belmon
Brasília, 09 de julho de 2018
Foto: George Roberto
domingo, 1 de julho de 2018
DO TRANSEUNTE PARA A FLOR
Quando passo por aqui e te vejo,
o meu desejo é de me tornar pássaro
para dar-te o beijo, aquele beijo
que te tornaria fecunda e mais feliz
Aquele beijo que faria
com que te sentisses mais bela
Como se isso fosse preciso e possível,
pois tamanha já é a beleza que tu irradias
Ah eu queria, juro que queria
tornar-me um pássaro,
E sempre que a saudade me visitasse,
Eu te visitaria,
sobre ti e para ti voaria
para contemplar-te e,
ao aproximar-me de ti,
quando menos esperasses,
a ti beijaria.
Gilmara Belmon
Foto: Júlio Santa Bárbara
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