Findada a tecitura,
A leveza da toalha
Se abre por sobre a mesa
Anunciando a sua missão
De ornar o cotidiano
De alegria e de beleza
Por entre as linhas do crochê,
As memórias dançam e se entrelaçam,
Recordam a mão habilidosa da artesã
Segurando a agulha
Alinhavando tudo o que seu coração
Deixara derramar no ofício de tecer
A cada caminho percorrido pela agulha,
A artesã alinhava o amor pelos seus
Alinhava suas dores, os seus medos
Incertezas, fé, sofrimento e felicidade
A artesã alinhavava o seu viver,
E a grandeza do entrelaçar da sua vida
desenhada na tecitura da toalha
Permite aos seus contemplá-la
E amá-la de novo e sempre
Gilmara Belmon