domingo, 17 de dezembro de 2017

CONTEMPLANDO O CRUCIFICADO


                                        FOTO: Pe. Júlio Santa Bárbara, Petrópolis - RJ



Olho para Ti

Entregue nesta cruz

E vejo amor



Olho para o céu rasgado,

Cenário do teu sacrifício,

Vejo beleza e cor



Diante deste altar em

Que nos ofertas amor

Ofertando a Ti mesmo,

Eu me prostro e me calo

Não haverá palavra

Que dê conta deste doloroso mistério



Meu coração chora inflamado

Diante do Teu corpo

Obediente e ensanguentado



Perante o Teu tudo

Tomo consciência do meu nada

Ante a Tua infinitude

Recolho-me a minha pequenez

Diante de Ti

Eis-me aqui, Senhor!


Gilmara Belmon




segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

JARDIM DAS MEMÓRIAS


Cuida do jardim das suas memórias

Suas flores lhe ajudarão a não esquecer

Quem você foi

O que você semeou

Como regou

O que colheu

O que ofertou

O que você recebeu

O que fez com a colheita e com a oferta

Tudo isso lhe ajudará a responder

Quem é você



Ama o jardim das suas memórias

Lembra de retirar o  que não foi belo

Mas lembra: o que não floresceu e o que morreu

Fizeram você refletir e mudar algumas vezes

Visita e revisita o jardim das suas memórias

Para que não se esqueça daquele sonho

Que parecia impossível,

Mas que hoje se tornou realidade

Para não se esquecer de quem lhe amou de verdade

E permanece contigo até então



Pisa o chão do jardim das suas memórias

Mas saiba que poderá chorar

Sentir raiva ou dor,

Medo e angústia,

Contudo, valerá a pena

Pois verá também

Que o choro em vários momentos

Se transformou em sorriso

O medo se revestiu de coragem

A dor foi embora e cedeu lugar ao gozo

A angústia deu lugar à paz

Vai, não abandone o jardim das suas memórias,

Se o fizer, deixará de ver tantas flores novas, belas

Deixará de reviver e se refazer nos interditos da vida

Senta, demora, ama, revive, rega,

Contempla o jardim das suas memórias

Você verá que ao longo da sua história

Algumas coisas lhe faltaram

Mas verá que a esperança nunca lhe faltou

E o amor sempre fora teu companheiro

No seu jardim Deus sempre foi, por excelência, o jardineiro.



Gilmara Belmon
















segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O APRENDIZADO DO VOO



É humano não negar
A historicidade dos sujeitos.
É divino guardar suas memórias.
Ninguém se constitui 
Profeta,
Artista,
Ou poeta,
Da noite para o dia
Como num passe de magia.

O voo parece algo natural
Aos olhos daqueles
que o testemunham:
- Era o esperado,  já nascera pássaro!
É certo que voar é pra quem criou asas.
Entretanto, elas não se bastam.
O voo é fruto do aprendizado.
É uma tarefa
E, portanto, requer
Esforço,
Sacrifício,

e Coragem.

Em se tratando
De artista, poeta e profeta
A abertura,
A entrega,
E a adesão ao belo,
Ao mundo de coisas que ele tem a oferecer
Vem junto a tudo isso.

Gilmara Belmon

ESCREVER E OFERTAR

Trago dentro de mim uma sede de justiça, É por isso que, paradoxalmente, Meu ser transborda de esperança. A indignação me acompanha t...