Descansarei
a palavra,
Pelo
menos por um instante
Silenciarei
tudo que há em mim
Pois, nem
tudo se pode expressar,
Dizer, explicar
Como a
beleza da Hortênsia,
Diante da
qual emudeço
Como o
encanto da poesia,
Diante da
qual estremeço
Como o
cuidado de um amigo,
Que por
vezes não mereço
Se eu
pudesse transformar
Tudo em
palavra,
A
primeira coisa que faria
Seria
dizer do teu olhar,
Que me
causa um fascínio e
Outra
coisa que não sei nomear
Ah
palavras que me faltam,
Metáforas
que me traem,
Por vezes enuncio
O que nem
queria dizer
Há uma
ilusão
No
coração do poeta,
A de
pensar que tudo pode tocar
Pelo
poder da sua poesia
Mas há
igualmente uma certeza:
Diante
daquilo que a palavra não alcança,
O nosso
ser reverencia.
Gilmara
Belmon