sábado, 13 de abril de 2019

A RAPOSA E AS UVAS: UM OLHAR POLITIZADO


        Não foi apenas pela sua incapacidade de alcançar as uvas, que a raposa desdenhou da parreira. Ela queria ter a propriedade absoluta dos frutos, evidentemente ela reconhecera silenciosamente o  significado da existência daquela "árvore" para os habitantes daquele lugar, por isso tentou, sem sucesso, pegar seus frutos.
      Por causa do próprio fracasso e temendo que, com seus frutos, a árvore proporcionasse o bem comum, a raposa começou a falar mal dela. Espalhou "fake news" o quanto pode,  arrasou com a pobre da "árvore" por todos os cantos daquele lugar,  chegou até a incitar os outros bichos a apedrejá-la. Alguns chegaram até a  lançar pedras na "árvore", enquanto a raposa ficava escondida só olhando o "circo pegar fogo".
      E a parreira?! Vocês acham que ela deixaria de dar frutos por causa da tentativa da raposa de destruir não apenas a sua imagem de "árvore" frutífera, mas principalmente o significado dos seus frutos naquele lugar? Claro que não!
A parreira cada vez dava mais frutos, não obstante à perseguição da raposa, pois entendia que o seu valor estava acima dos interesses desta.
      Os muitos bichos que não se limitaram a conhecer a realidade pelo olhar interesseiro da raposa,  usaram da sua consciência crítica para enxergar que o que distanciava a "árvore" da raposa era a grandeza de uma e a pequenez da outra, bem como suas implicações na vida dos habitantes daquele lugar.


Gilmara Belmon

ESCREVER E OFERTAR

Trago dentro de mim uma sede de justiça, É por isso que, paradoxalmente, Meu ser transborda de esperança. A indignação me acompanha t...