Aos que perderam pessoas queridas:
A DOR DA GENTE
Enquanto sofremos
O tempo passa
Indiferente às nossas perdas e danos
O tempo corre, voa
Enquanto tudo para dentro da gente
E a gente sente que tudo deveria parar
Porque o mundo da gente desabou
E a gente não sente o desejo,
A força e o ânimo para continuar
Quando perdemos quem amamos,
Perdemos parte da gente também
É uma dor,
Uma dor tão grande,
Tão forte,
Que parece que não vai passar nunca
E nunca é um tempo grande demais
Quando alguém que amamos parte,
Dói ficar!
Quando alguém que amamos morre,
Dói viver!
Tudo dói!
Até esse tempo que não espera
A gente chorar tudo que tem pra chorar
E tudo é muita coisa!
O tempo cobra de nós decisões e atitudes
Que a dor não deixa a gente em paz para tomar
Aqueles que nos amam se aproximam
E até tentam nos ajudar a carregar a cruz
A suportar, a lidar com a dor,
Mas a dor é tão nossa
Que parece impossível partilhar
E é justamente nesta hora que o chão nos falta
Por causa da dor, da perda, dos danos
Deus se faz chão para nós,
Pois Ele é o nosso CON-SOLO
Quando tudo em nós é dor,
Deus nos envolve com seu amor
Deus é TUDO!
E TUDO é mais do que podemos sentir
É mais do que podemos supor
Gilmara Belmon
Neste Blog você encontrará textos literários de minha autoria e de outros autores. Nele irei compartilhar também minhas experiências de leitura.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
domingo, 2 de dezembro de 2018
UMA MENSAGEM DE AMOR
Havia uma mensagem de amor a ser dada
E a abelha escolheu não ficar parada
Voou de flor em flor
Só para espalhar o amor
E o amor se tornou realidade
Por causa da coragem da abelha
Que ousou amar a flor
Em vez de apenas contemplar o jardim
E assim o amor ficou não só na flor,
Mas também nas asas da abelha
E em todos os lugares que ela sobrevoou
O amor é o pólen que fecunda o nosso ser
Quanto mais a gente dá,
Mais tem pra oferecer
Frutificará na vida de quem ofertar
E alimentará a fome de quem receber
Por causa do amor
A gente escolhe não se acomodar
Enquanto ele não der frutos
O amor torna fecunda a nossa existência
E dá sentido à nossa resistência
Eu já vi o amor encurtar distância
Eu já vi o amor fazer cego enxergar
Eu já vi o amor alimentar a esperança
Eu já vi o amor fazer gente voar
Não importa o quão êfemera seja a flor
O importante é amá-la
enquanto viva ela for
Haverá sempre uma mensagem de amor
Esperando alguém para anunciar
Feliz daquele que não se calar
Gilmara Belmon
Foto: Jussara Cordeiro
Local: Amélia Rodrigues- BA
sábado, 1 de dezembro de 2018
ÀS MULHERES QUE OUSAM
Somos daquelas que não dão guarita ao medo,
Os nossos sonhos não podem esperar
A fé que temos na humanidade
Nasce e renasce em nós todos os dias,
Sobrevivendo ao discurso de que
Ao mundo não tem mais jeito a dar
Mas como o mundo não tem mais jeito,
Se nós estamos aqui?
Olhamos quem está a nossa volta,
em nosso caminho
e chamamos para desbravar a vida
Olhamos o que há em nossa volta,
em nosso caminho
E abraçamos para enfrentar a vida
Ousamos sonhar
Ousamos semear
Ousamos nos dizer
Ousamos resistir
Recusamos à tentação de simplesmente existir
Temos fome do horizonte
e não obstante a sua lonjura,
A gente segue caminhando
Ai de nós se estagnarmos!
Somos movidas pela fé,
Pela esperança,
Pelo desejo de transformar
E, transformando,
Transformamo-nos também!
Somos daquelas cujos olhares enxergam além
Quem não consegue ver o que vemos
Nos chamam de loucas, bruxas, fadas, subversivas, sonhadoras, perturbadas
Mas sigamos teimosas e persistentes,
Há quem só enxergue o horizonte
por causa da luta da gente.
Gilmara Belmon
Créditos da foto: Tâmiires Ribeiro
Local: Estrada da Mata Velha em Amélia Rodrigues - BA
domingo, 18 de novembro de 2018
CORAÇÃO DE CRIANÇA
Quando uma criança
Abrir-lhe o coração,
Tire as sandálias e entre
Mas entre sem pretensão
De lhe impor uma lição,
Um conhecimento, uma teoria
Ao entrar no coração de uma criança,
Nada queira ensinar-lhe
Sem que antes se disponha a escutá-la
E então viverá
Uma experiência fascinante,
Mais do que ensinar,
Você irá aprender e se encantar
Ser criança é viver
Num contínuo estado de poesia
É olhar o mundo com os olhos do coração
É saber enxergar a beleza
na simplicidade da vida
Coisa que o olhar adulto desaprendeu a fazer
E quando uma criança abrir-lhe o coração
Entre de pés descalços
Sinta-a, escute-a, olhe-a, ame-a
Você jamais sairá
do mesmo jeito que entrou
E ao sair, abra também o seu coração
Convide a criança que há em você
Para brincar ,sorrir, dançar e viver
Não deixe nunca a sua criança crescer
Gilmara Belmon
Foto: Oficina de Poesia com os catequizandos da Paróquia São José Operário ( Feira de Santana- BA)
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
COLO DIVINO
Jesus, Senhor da minha vida,
Coloco a minha cabeça
No teu divino colo
E nele descanso
minhas inquietações,
meus sonhos
e meus medos
A Ti eu me entrego,
Em Ti eu me derramo
Me deito
Me jogo
Me despedaço
Me rasgo
Porque o cansaço me tomou por inteira,
Eu cochilei enquanto orava,
O sono era para mim um luxo,
Um fragmento de liberdade
E quando acordei
Eu me dei conta de que
deixei-Te falando sozinho
Eu quis retomar a conversa,
Mas a verdade é que eu me apresentei a Ti
quando eu era apenas uma sobra
da mulher que vencera mais um dia
E a cada descuido meu,
Eu me permiti ser velada por Ti
Eu me rendi
Escolhi permanecer em Teu colo
Preciso do Teu cafuné,
Do Teu dengo, do Teu amparo
Do Teu doce aconchego
Eu preciso de Ti, Meu Senhor
Para enfrentar e viver a vida
Para, apesar das vendas impostas,
Continuar a enxergar horizontes
No teu colo, oh Senhor,
O medo não me toma
Aos cuidados do Teu amor,
Eu morro para de novo viver
Gilmara Belmon
terça-feira, 13 de novembro de 2018
HERDEIROS DA ESPERANÇA
Foto: Jucy Brito
Local:Terra Nova - BA
Local:Terra Nova - BA
Foi a partir dos engenhosQue Terra Nova se formouSomos homens e mulheresHerdeiros daquelesQue nos engenhosDerramaram seu suor e seus sonhosE será que sonharam?Ah sonharam...Sonharam com o melhor para os seusUma terra melhorUm mundo melhorCom tudo aquiloQue eles nunca chegaram a possuirQue nem mesmo sabiam como era usufruirSonharam com uma vida diferenteQueriam emancipaçãoQueriam educação para sua genteNossos antepassados fizeram história,SuandoConstruíram a história,Lutando,Sonhando,Sofrendo...Eles são a própria históriaEis no nosso solo massapêAs marcas do quanto eles cultivaramPara que tivéssemos o que temos hoje aquiEis o nosso chãoQuão admirável fertilidadeEis a nossa terra, a nossa identidadeSomos descendentes daqueles que cortaram a canaProduziram o açúcar e das Usinas tiraram o seu sustentoMiremos seus exemplosSomos seus herdeiros,Trabalhadores,Sonhadores, esperançadoresTemos os samba nas mãos e nos pésOlhemos a paisagem, o bueiro, o chaléMiremos a beleza do horizonteComo é tão distante!Não cansemos de esperançarFazer história é um constante caminharGilmara Belmon
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
CHUVA, FLOR E AMIZADE
CHUVA, FLOR E AMIZADE
A chuva beija a flor
E a encharca de afeto
Toca-a para que sinta
Que ela está por perto
Um amigo é como aquela chuva
Que encharcou a flor de afeto
Sempre acha um jeito de nos tocar
Esteja ele longe ou perto
Gilmara Belmon
Foto: Gilmara Belmon
Local: Jardim da autora
A chuva beija a flor
E a encharca de afeto
Toca-a para que sinta
Que ela está por perto
Um amigo é como aquela chuva
Que encharcou a flor de afeto
Sempre acha um jeito de nos tocar
Esteja ele longe ou perto
Gilmara Belmon
Foto: Gilmara Belmon
Local: Jardim da autora
terça-feira, 6 de novembro de 2018
LÁ ONDE HABITA O AMOR
Chegando lá, o amor logo se apresentou antes mesmo que minha irmã e eu entrássemos na casa.
Apresentou-se assim o amor no cheiro amoroso da comida preparada pelas mãos cuidadosas de D. Benta e, ao mesmo tempo, nos olhares ternos e nos sorrisos acolhedores das pessoas a nos abraçar, antes mesmo que seus braços nos alcançassem.
E foi assim a todo instante nas pequenas coisas o amor ia se apresentando, nos rostos risonhos e amorosos durante o almoço, como também, nas mãos zelosas de Caio ao trocar os meus talheres por outros mais novos.
Apresentou-se assim o amor no zelo revelado na mesa posta a qual não tínhamos pressa em deixar. Nas palavras de D. Benta: “Hoje abrimos a mesa, não é todo dia que isso acontece!”
E nós que não queríamos fechar a mesa, mesmo tendo terminado o saboroso almoço, deixamo-nos encantar pelos risos, causos que surgiam um após outro, pelo delicioso sorvete, pelas cocadas feitas por Romana, pelo fascinante licor português trazido pelo filho padre, pelas balas de jenipapo feitas por mainha, pelo saboroso cafezinho, e pelo amor que ficara ali perpassando a tudo e a todos.
Descortinava-se o amor nas memórias de D. Benta a relatar com brilho nos olhos a Ordenação do filho que, no dizer dela e no meu também, fora a mais bela de todas já vistas por lá como também mais bela não haverá.
E o amor se apresentava em cada membro da família que aparecia de repente. O amor, sempre o amor, que se revelava no olhar amoroso de D. Benta dirigido a mim e que eu percebia quando despertava dos meus pequenos momentos de distração.
Desfilava assim o amor nas suas memórias da minha amizade com seu filho de longas datas, de velhos tempos e que nunca morrera, nunca adormecera porque o amor nunca deixara.
Espalhara-se o amor pelo quintal a fora por entre as plantações. E, adentrando à biblioteca do padre, entremeara-se com os livros.
Em nosso círculo de fé e poesia, de mística e poética o amor reinou como partilha arrancando-nos sorrisos e causando-nos encantamento, gestando sonhos e amorosidade ao som das conversas e gostosas risadas das amadas pessoas da família,
cujo som vinha de lá da cozinha que em nada nos tirava a tranquilidade.
Também o tempo corroborou com o amor, não se apressou, ficou sem passar, passando...
Ao fim da tarde, a lua brilhara ali no quintal, linda, livre e inteira fazendo o meu olhar e o de Romana flutuarem seduzidos pela sua beleza, mas com os ouvidos atentos aos prazeres tecidos pela sedutora narrativa de Lispector, na voz suave do amigo padre e poeta.
E ao amor que testemunhara tudo, brindamos com o fascinante licor e a tão familiar caneca de café. Não queríamos que o encontro chegasse ao fim, não sei dizer ao certo se chegou, penso que o amor não deixaria, não deixara. Ao que parece, aquele saboroso momento delicadamente desenhado por Deus continuou acontecendo lindamente em nossas memórias como faíscas de eternidade!
Gilmara Belmon
sábado, 3 de novembro de 2018
SEMEAR OU MORRER
Pode ser que alguém já tenha sonhado
Com o que hoje estou semeando
Alguém, um dia, verá crescer
O que hoje estou regando
Alguém haverá de colher
O que hoje estou cultivando
E se alguém destruir?
E se ninguém regar?
E se não florescer?
E se não frutificar?
E se a planta morrer?
Não cabe a mim perguntar
Como não cabe a mim responder
A única certeza que tenho ao semear
É de que preciso fazer
Ainda bem que existe a semente
Entre mim e ela
A minha fome de plantar
A minha fome de cuidar
Encantada pelo sonho e pela esperança
Se eu não sonhar
Se eu não esperançar
Se eu não me entregar à semeadura
Ainda que seja incerta a colhedura
Morrerei de fome.
"A tua fome é de colher", dirão.
"A minha fome é de VIVER", direi.
Gilmara Belmon
terça-feira, 23 de outubro de 2018
CON-VERSA COM DEUS
Se converso com Deus?
Claro que converso,
Ou melhor, con-versamos!
Ele volta-se para mim
E eu me volto para Ele
E então, permaneço em Sua companhia!
Mas esse encontro entre o divino e o humano
Não se dá assim sem mais nem menos
Eu me preparo para encontrá-Lo
E não se trata de arrumação do corpo,
Falo da arrumação do espírito
Preciso me desfazer de alguns adereços
Que pesam, mas não acrescentam
E de vestes que enfeitam e mascaram,
Mas não edificam,
Enfeites que só
Contribuem para me afastar
De quem realmente sou
E, me afastando de quem sou,
Afastam-me de Deus!
Preciso esvaziar-me
Dos palpites e ideias que teria para lhes dar
E, das quais, Ele não precisa,
Nem sequer pediu!
Preciso esvaziar-me das intermináveis justificativas
Por não ser nem de longe aquilo
Que Ele espera de mim,
E paradoxalmente, estando vazia
Preciso ter algo dentro de mim,
Preciso manter acesa a chama do que fui,
Do que sou e do que preciso ser
Volto-me para Ele com a minha história
Revelada nas marcas do meu corpo
E da minha memória
Nas dores do meu corpo e da minha alma
Nas alegrias e esperanças
Que alimento em meu coração.
Deus e eu con-versamos
Às vezes sem falarmos nada
Às vezes ao som de uma canção
Às vezes com trechos da Palavra
Às vezes com lágrimas
Uns sorrisos, uma reflexão
Tudo isso é tão forte, quanto belo!
Bela também é a ressonância,
A reverberação
Que esta conversa causa em mim
Sinto-me em paz e inquieta
Inteira, leve e intensa
Entretanto, algo me toma ao término da con-versa,
Que em verdade não termina:
Ele fica em mim
E eu Nele
E a graça de estar Nele
Ele estando em mim
Não me permite aquietar-me,
Acomodar-me,
As minhas conversas com Deus
Sempre me empurram para alguma ação,
Alguma atitude,
Menor que seja,
No aqui e agora da minha vida.
Gilmara Belmon
sábado, 20 de outubro de 2018
POEMA PARA GEORGE
Poema para George
Pelo teu olhar de poeta
Eu amei as flores,
as borbetas,
o rio e o vento
Pelo teu cantar de poeta
Eu amei a vida
A tua voz acarinha meus ouvidos
e acalenta o meu coração
Pela tua poesia
Eu aprendi a ver grandeza
Na pequenez das coisas
Na ordem do dia
Bendita a poesia,
Por ela, Deus trouxe a tua existência
para a minha
Gilmara Belmon
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
domingo, 14 de outubro de 2018
AOS MESTRES, COM CARINHO!
Aos meus
professores da Educação Infantil ao Mestrado,
Aos professores que
já coordenei, formei e com os quais lecionei,
Aos professores da
Rede Municipal de Ensino de Terra Nova,
Aos professores
da Rede Municipal de Ensino de Amélia Rodrigues
Aos professores
dos meus filhos,
Aos meus amigos
professores,
A minha
admiração e reconhecimento!
AOS MESTRES, COM
CARINHO
Indignai-vos!
Não naturalizeis
o desrespeito com que a vossa profissão é tratada, não naturalizeis a
desvalorização profissional, não naturalizeis a violência sofrida por muitos de
vós, nem a crise educacional em nosso pais.
Inquietai-vos!
A vossa
inquietação tem o poder de inspirar e inquietar a muitos.
As grandes
transformações nasceram de inquietações.
Encantai-vos!
Quanto mais
encantados estiverdes,
A vossa mediação
fará com que a construção do conhecimento seja uma tarefa encantadora.
Conscientizai-vos!
Professores
conscientes da sua pertença à classe trabalhadora
Jamais darão aulas
descontextualizadas dos aspectos sociais, econômicos e políticos!
Jamais ficarão
passivos diante da violação dos seus direitos e da falta de respeito para com a
sua profissão.
Esperançai!
Professores
esperançosos não desistem dos seus alunos mais difíceis,
Não os desencorajam
diante das dificuldades, não os rotulam, não creem no seu fracasso.
Professores esperançosos acreditam no que fazem e não desistem de lutar.
Uni-vos!
Professores que
se unem em prol de uma causa, seja ela trabalhista, seja ela pedagógica, seja
ela social, seja ela humana, têm mais chance de conquistá-la.
Lutai!
Professores que
não lutam, que se acomodam diante das injustiças, professores que não se
engajam em projetos pedagógicos, políticos, sociais, jamais cumprirão com seu
papel de formar cidadãos. Professores que anseiam por dias melhores e não lutam
por eles estão sendo contraditórios.
Comprometei-vos!
É impossível ser
professor e não ser comprometido. Professores são necessariamente comprometidos
com a aprendizagem dos seus alunos, com a função social da escola, com a
transformação da sociedade. São, antes
de tudo, comprometidos consigo mesmos, com seus ideais, com seus valores, com
seus princípios.
Alegrai-vos!
Reconhecei as
conquistas, reconhecei quando fordes valorizados pelos vossos alunos, pelos vossos colegas, pelos gestores, pelos pais dos alunos, pela sociedade.
Alegrai-vos com as conquistas da escola, dos vossos alunos e
ex-alunos e com as próprias conquistas.
Libertai-vos!
Libertai-vos da
alienação, da consciência ingênua, do comodismo, dos queixas que não levam a
nada, da cegueira que vos impede de enxergar o que inviabiliza o exercício da vossa profissão.
Amai-vos!
Amai a educação, vossos alunos, mas antes amai a vós mesmos. Professores que não se amam, não cuidam
de si, não reconhecem seus limites, nem suas qualidades, de que forma poderão
dar vida ao seu ofício?
Eis a
sistematização daquilo que aprendi com todos vós em todos estes anos, é o que
desejo que todos vós cultiveis: indignação, inquietação, encantamento, conscientização,
esperança, união, luta, valorização profissional, comprometimento, alegria,
libertação e amor.
Gilmara Belmon
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
A VOZ DO MEU JARDIM
Foto: Ludmila Cavalcante
A esperança conjugou o verbo florescer
bem aqui no meu jardim.
Ela não fez alarde, não gritou!
Apenas floresceu e eu ouvi!
Mas por pouco eu não percebia,
Pois a desesperança também chegou aqui,
E diferente da esperança,
Alardeou no meu juízo,
Invadiu minha alma,
Exigiu lugar nas minhas crenças.
Eu que sempre hospedei bravura e ousadia,
Enxotei a desesperança de mim.
Como pode ela vir assim me assaltar e
constituir-se em ameaça?
Não lhe dei guarita,
Não gastei tempo com ela.
Em meio a angústia que me rodeava,
Eu não entreguei os pontos,
Nem deu tempo de chorar,
de sofrer, de desitir,
apenas de me indignar
até o momento da ficha cair.
Eu vi a esperança florescer
E tratei de amar as flores
que deram voz ao meu jardim,
"Tomei um copo de coragem,
um copo e meio", como disse o Chico,
Chamei outros indignados como eu
e tratei de ir à luta.
Quando me disseram que não havia mais nada a fazer,
Eu ouvi a voz do meu jardim
me ofertando um cacho de possibilidades.
Gilmara Belmon
A esperança conjugou o verbo florescer
bem aqui no meu jardim.
Ela não fez alarde, não gritou!
Apenas floresceu e eu ouvi!
Mas por pouco eu não percebia,
Pois a desesperança também chegou aqui,
E diferente da esperança,
Alardeou no meu juízo,
Invadiu minha alma,
Exigiu lugar nas minhas crenças.
Eu que sempre hospedei bravura e ousadia,
Enxotei a desesperança de mim.
Como pode ela vir assim me assaltar e
constituir-se em ameaça?
Não lhe dei guarita,
Não gastei tempo com ela.
Em meio a angústia que me rodeava,
Eu não entreguei os pontos,
Nem deu tempo de chorar,
de sofrer, de desitir,
apenas de me indignar
até o momento da ficha cair.
Eu vi a esperança florescer
E tratei de amar as flores
que deram voz ao meu jardim,
"Tomei um copo de coragem,
um copo e meio", como disse o Chico,
Chamei outros indignados como eu
e tratei de ir à luta.
Quando me disseram que não havia mais nada a fazer,
Eu ouvi a voz do meu jardim
me ofertando um cacho de possibilidades.
Gilmara Belmon
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