sábado, 3 de novembro de 2018

SEMEAR OU MORRER


Pode ser que alguém já tenha sonhado
Com o que hoje  estou  semeando

Alguém, um dia, verá crescer
O que hoje estou regando

Alguém haverá de colher
O que hoje estou cultivando

E se alguém destruir?
E se ninguém regar?
E se não florescer?
E se não frutificar?
E se a planta morrer?

Não cabe a mim perguntar
Como não cabe a mim responder
A única certeza que tenho ao semear
É de que preciso fazer

Ainda bem que existe a semente
Entre mim e ela
A minha fome de plantar
A minha fome de cuidar
Encantada pelo sonho e pela esperança

Se eu não sonhar
Se eu não esperançar
Se eu não me entregar à semeadura
Ainda que seja incerta  a colhedura

Morrerei de fome.

"A tua fome é de colher", dirão.
"A minha fome é de VIVER", direi.



Gilmara Belmon

3 comentários:

  1. Bom poder já cultivar de sua semeadura de sabedoria, de amor e de muita paz!
    Suas poesias são maravilhosas, traz sempre um preenchimento para minha alma!Parabéns!!!

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  2. Congratulações minha estimada amiga Gilmara, pelo seu blog! Você além de ser uma exemplar profissional, é sobretudo um ser humano formidável, autêntica em seus discursos e ações! Que Deus continuamente te abençoe e te dê muita sabedoria! Grande abraço! Fica com Deus!

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  3. Obrigada, Tânia e Raimundo pelo carinho e por apreciar meus poemas.

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