sábado, 14 de julho de 2018

O GERÚNDIO DO VERBO AMAR



A semente amando a terra
A terra amando a chuva
A chuva amando a semeadura
As mãos amando semear

A borboleta amando a flor
O vento amando as folhas
O arco-íris amando a luz
O rio amando o mar

O sol amando o dia
As estrelas amando a noite
A lua amando o orvalho
O orvalho amando o luar

Os ouvidos amando o silêncio
A boca amando a palavra
Os pés amando o chão
As asas amando voar

A vida amando o tempo
A saudade amando as memórias
A beleza amando o poema
A alma amando sonhar

O divino amando o humano
Com ele amando habitar
Tudo o que vem de Deus
Traz em si dom de amar

Gilmara Belmon


Fotos: George Roberto

6 comentários:

  1. Linda sua poesia.
    Como todas as outras.O que eu mais gosto e jeito meigo e verdadeiro como são ditos as palavras.Bjs

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  2. Gilmara, como tua poesia é rica e inteligente! Aqui não me refiro apenas ao "intelecto", mas a inteligência do amor. Este poema cria uma bela sinfonia do verbo amar no seu gerúndio. Eu entendo que o verbo, desse modo, está em plena ação. Ao passo que entendo também que o gerúndio do verbo amar é mais que dizer "amando". Grato!

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