O CÉU E O MAR
Conta-se
que o mar amava o céu
E
o céu amava o mar
O
amor era tão forte
Que
os dois vivam a se contemplar
Era
por isso que o céu pensava
Que
era o seu azul
Que
pintava o azul do mar
Mas
que amor é esse
Que
fazia o céu achar
Que
era a sua beleza
Que
embelezava o mar?
Um
dia, por insegurança,
O
céu ao mar indagou:
-
Por que quando eu fico nublado
Você
não muda de cor?
Decepcionado
com o céu,
O
mar retrucou:
-Por
que haveria de mudar?
Quem
disse que o meu ser
Caberia a você pintar?
O
céu logo se entristeceu
Com
a autonomia do mar
Nublado
estava, nublado ficou
Até
o mar mudar de cor
Azul
o mar estava, azul o mar ficou
E
o céu, o mar não mais contemplou
Até
que o tempo foi passando
E
a saudade foi aumentando
O
desejo do mar se entranhar com o céu
E
o desejo do céu se entranhar com o mar
Foi
então que parte do mar se evaporou
Para
ao céu alcançar
O
céu ficou tão encantado
Que
ordenou às nuvens
Que
derramassem pingos de chuva
Para
ele encantar o mar
E
assim, mesmo o mar estando aqui
E
o céu estando acolá
A
distância entre eles
Não
os impedia de se amar
Foi
esse amor com toda a sua grandeza
Que
fez o céu entender
Que
a beleza do mar não dependia da sua beleza
O
céu também compreendeu
Que
para corresponder-lhe o amor
O
mar não precisava ficar da sua cor.
Gilmara
Belmon
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